segunda-feira, 2 de junho de 2008

Pontos digitais mais quentes do planeta

Escandinávia, Reino Unido, Estados Unidos, Coréia, Japão, Austrália e Nova Zelândia são locais onde existe grande penetração de internet e mobile segundo pesquisa da Associação Mundial de Jornais (WAN)



A Associação Mundial de Jornais (WAN), que realiza o 61º Congresso Mundial em Gotemburgo (Suécia) na próxima semana, divulgou a 2ª edição da pesquisa "Tendências Mundiais de Mídia Digital 2008" (do projeto "Shaping the Future of the Newspaper") com os países mais digitais do globo terrestre. O levantamento inclui ainda informações da agência japonesa Dentsu e da Carat (Aegis) sobre novas mídias. No topo do ranking digital da WAN estão Escandinávia, Reino Unido, Estados Unidos, Coréia, Japão, Austrália e Nova Zelândia. Os sete países da lista "Hot Spots" (áreas de irradiação) são aqueles com penetração superior a 65% de mobile e 40% de internet. O Brasil ainda está na lista dos "países frios", apesar do grande número de aparelhos celulares vendidos por aqui.

Previsão da PricewaterhouseCoopers indica que a receita digital/mobile mundial pode chegar a US$ 153,4 bilhões em 2011, ante US$ 12,7 bilhões em 2002. Os três principais mercados globais do mundo em 2011 serão Estados Unidos, Ásia e mercados emergentes (incluindo o Brasil), além do Canadá.

O bolo publicitário pode bater US$ 500 bilhões em 2010 com US$ 73,1 bilhões em receitas de publicidade na internet a partir de 2011. O levantamento da WAN indica ainda que a publicidade na internet pode fechar o ano de 2008 com crescimento de 22%. Para 2009, a expansão da publicidade na net pode chegar a 16,6%, atingindo 13,6% em 2010 e 11,5% em 2011.

Nos Estados Unidos, o mercado publicitário online cresce mais fortemente do que o impresso. Em 2007, mais de 60% dos anunciantes entrevistados planejavam utilizar email ou ferramentas de pesquisa para alcançar os clientes. Apenas 20% planejavam veicular peças em mídia impressa. Apesar da expansão da internet, vídeo on line e mobile marketing ainda estão na infância nos EUA, com menos de 15% das preferências. Pesquisa do eMarketer, nos Estados Unidos, indica ainda um boom de publicidade na internet apesar da crise financeira do país (setor imobiliário, crédito e bancário). Em 2001 esse mercado de online advertising era de US$ 40 milhões. A previsão para 2011 é que chegue a US$ 4,3 bilhões. No entanto, o mercado ainda é altamente concentrado: 90% das campanhas estão apenas em três sites: Yahoo, MSN ou Google.

"Tendências 2008" indica ainda que na Europa Oriental a internet poderá ser o terceiro canal de veiculação de publicidade em 2010, superando a veiculação de peças em revistas. No topo do ranking publicitário, estão TV e jornais. Os países do Leste Europeu estão no grupo de países que têm tido um rápido crescimento em internet. Dentsu elege celular para publicidade do futuro.

Informações da agência publicitária Dentsu, no Japão, indicam crescimento do publicidade em mobile de 28,8 bilhões de yens em 2005 para 128,3 bilhões de yens em 2011. A publicidade de buscas (link patrocinado, entre outros formatos) em móbile que não existia até pouco tempo pode chegar a 49,4 bilhões de yens em 2011. Para a agência de publicidade japonesa, o celular é canal com maior potencial publicitário dos próximos anos.

Pesquisa da empresa americana iCrossing indica ainda que 69% das buscas em mobile nos Estados Unidos são de informações sobre mapas; 65% são do tempo; 62% informações locais; 51% notícias; 42% entretenimento; 32% esportes e 20% de buscas financeiras.

A mídia em celular parece ser mesmo a mais atraentre para o futuro da publicidade. Apesar disso, mobile representa menos de 1% na receita dos jornais. Mas já começam a surgir algumas iniciativas. O jornal japonês Asahi Shimbun tem conseguido ótimos resultados em conteúdo com a criação de 12 sites de mobile content. O mobile site "Asahi Otona no Hondona" tem conteúdo de quadrinhos mangá e livro eletrônico.

O americano Ganett lançou em 1997 alertas de esportes e notícias no celular. Nos anos seguintes, o serviço passou a ser utilizado para publicidade e promoções do grupo. O display digital Ganett e textos de mensagens publicitárias vêm crescendo. Um dos recentes sucessos ocorreu com campanha da Chevrolet.

Na Polônia, a Gazeta Wyborcza criou estratégia mobile com o portal Gazeta Wyborcza utilizando plataforma de jornais (Opera Mini) com podcast, mobile vídeo e rádio, em parceria com Nokia e FIFA.

O grupo escandinávio Schibsted tem 50% da receita digital. A companhia criou vários sites de classificados online e triplicou o tráfico de internet na Suécia. Nos Estados Unidos, foi lançada uma rede de compra de mídia online unificada (quadrantone.com) em fevereiro de 2008. Os parceiros fundadores são Gannett, Hearst, Tribune e New York Times.

Em mobile TV, cinco países na Europa são os líderes em receitas: na Itália a projeção é de crescimento de 45 milhões de euros em 2006 para 1,17 bilhão em 2011. Os mercados do Reino Unido e França podem chegar a 967 milhões de euros em 2011, seguidos de Alemanha (766 milhões de euros) e Espanha (517 milhões de euros). Apesar do crescimento, a mobile TV não superará a internet TV, segundo a pesquisa.

Boom no consumo de mídia digital
Estimativa da agência Carat (Aegis Group) indica que o consumo de mídia digital já equivale a 50% do total de consumo de mídia. Em 2010, pode alcançar 66% e bater 80% em 2020. Em 2000 o consumo semanal de mídia era de 60 horas semanais e pode bater as 90 horas semanais em 2020. Só para comparar, a jornada de trabalho semanal no Brasil é de 44 horas semanais. Em 1940, as pessoas gastavam apenas 20 horas semanais com o consumo de mídia.

A TV analogia foi o fator que causou o primeiro "boom" de consumo de mídia. Celular, rádio digital, TV digital e internet têm gerado nova explosão de consumo. Os top five canais de consumo de mídia são TV, internet, email, rádio e jornais.

A pesquisa de tendências digitais da WAN aponta também que, em internet, os sites preferidos pelos internautas são os mais conhecidos: Google, Yahoo e MSN.

Um levantamento da Nokia "Um Olhar do Próximo Episódio", realizado em 12 países da América, Europa e Ásia, incluindo Brasil entre outros, indica que ouvir rádio é ainda a atividade popular global. Mais de 60% dos entrevistados no Canadá, Alemanha, França e Rússia têm esse hábito. Os sites mais visitados mundialmente são Yahoo, You Tube (Google), Windows Livi, Google, My Space (News Corporation). As redes sociais mais populares são My Space, Windows Live Space e Facebook. Os comunicadores instantâneos mais populares são MSN, Yahoo Messenger, Skype e Google Talk. Já os sites de vídeos no topo do ranking são You Tube, Yahoo e My Space.No Brasil, 48% dos entrevistados participam de redes sociais, 50% lêem blogs, 50% jogam online, 80% ouvem música, 67% utilizam MP3 e 45% alugam DVDs.

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